Eu havia comentado antes do jogo que a partida seria complicada, mas me enganei. O jogo foi fácil, com o Figueirense sendo superior em quase todo o jogo, criando inúmeras chances e as desperdiçando inacreditavelmente.
O Figueirense envolveu o adversário com seu bom toque de bola e dava a impressão que poderia até golear, mas não conseguia definir as jogadas, por incompetência em alguns casos e azar em outros. Até pênalti conseguiu perder.
Se no ataque a incompetência reinava absoluta, o sistema defensivo não queria ficar para trás, deixando o fraco Arlan deitar em rolar pelo lado esquerdo alvinegro, de onde surgiram as jogadas dos dois primeiros gols e, principalmente, deixando Batoré, o mais perigoso cabeceador avaiano, sozinho na área aos 42 minutos da etapa final para a conclusão fatal.
Não acho que é o caso de procurar culpados. Nem Jorginho pode ser crucificado pelo resultado, pois o time funcionou bem, criou uma enormidade de chances. Talvez ele precise rever os seus conceitos em relação ao setor ofensivo. Será que interessa um time que sufoca o adversário mas não sabe definir? Não seria mais interessante um time com Júlio César e um definidor (Somália ou Aloísio), que produziria menos mas seria mais eficiente?
O nome do jogo (negativo) foi Júlio César: perdeu um pênalti que mataria o jogo e mais um caminhão de gols. Na minha opinião é titular, desde que tenha consciência de que é um péssimo definidor (e sempre foi, com a média de um gol a cada 4 partidas, baixíssimo para um atacante). Tem qualidade para se consagrar como o rei das assistências, se for solidário, ou o rei dos gol perdidos, se continuar fominha como até agora.
O Figueirense precisa também definir o batedor oficial de pênaltis, que não pode ser Júlio César, com sua péssima qualidade de definição. Aliás, já havia batido muito mal o pênalti contra o Botafogo, fechando os olhos e chutando, mas a bola entrou.
Precisa também corrigir o posicionamento na zaga, a cobertura das laterais, especialmente a esquerda e cobrar mais efetividade e menos firulas de Bruno. O cara dá espetáculo, mas poucas jogadas suas têm levado perigo. Precisa melhorar o último passe e os cruzamentos.
O time do Avaí mostrou porque ficou todo o turno na zona de rebaixamento: um sistema defensivo assustador. Do meio para a frente o time não é ruim: Lincoln estreou bem, Pedro Ken é um bom jogador e William é um definidor que não amarela. Ele e Coelho formam uma boa dupla de ataque, sem dúvida.
Vale ressaltar que foi um excelente jogo, inclusive reconhecido pela imprensa nacional. Há muito tempo eu não assistia um clássico tão emocionante, pena que, para nós, com final infeliz. Mas faz parte.
A derrota foi dolorida, mas não é motivo para pânico e muito menos para terra arrasada. O Figueirense está entre os dez primeiros e o time está jogando muito bem, inclusive na derrota de ontem. Porém, para muita gente, alguns que há alguns dias falavam em Libertadores, ninguém mais presta: um é frangueiro e os outros pipoqueiros, pernas de pau...
Os dois primeiros jogos do returno são complicados, mas, pelo que o Figueira mostrou até agora, não deverá ser difícil conquistar 19 pontos em 19 jogos para permanecer na Série A.
Perder um clássico é ruim, mas eu prefiro perder até os dois e não ser rebaixado.