O Figueirense do ano passado foi um exemplo de time equilibrado, constando sempre entre os melhores ataques e defesas do campeonato. E equilíbrio é tudo num time de futebol.
Neste ano, após a saída de Márcio Goiano, o sistema defensivo, que já era muito bom, até melhorou, mas o poderio ofensivo foi diminuindo gradativamente, até alcançar essa marca terrível, de 1 gol nos últimos 5 jogos, além do terceiro pior ataque do campeonato.
Os números dizem tudo e representam o que ocorre nos jogos, onde nossos atacantes, agora crucificados, têm a menor parcela de culpa, pois o principal problema é que são construídas muito poucas jogadas ofensivas e criadas raríssimas chances reais de gol, que ao serem desperdiçadas causam a revolta dos torcedores e geram mais pressão ainda em Aloísio, Héber e cia.
Certamente Jorginho tem grande parcela de culpa nesses números, por priorizar excessivamente o sistema defensivo, principalmente nos jogos fora de casa, quando tem abdicado de atacar, exceto no primeiro tempo diante do América-MG.
Penso que Jorginho também contribuiu para o desequilíbrio da equipe ao minar a confiança do time apostando insistentemente em jogadores que não deram certo, como Coutinho e Rhayner.
Héber, na minha opinião, é a maior vítima do treinador. Vinha bem, artilheiro do Estadual, cheio de confiança, mas Jorginho fez questão de mostrar que não confia nele, colocando-o no banco ou substituindo-o com frequência incompatível com seu desempenho até então. Resultado: o garoto está intranquilo, inseguro, não tem coragem nem de tentar um drible e chuta a bola o mais rápido que pode.
A culpa, porém, não é só de Jorginho. Márcio Goiano já dizia, antes de ser degolado, que o Figueirense só estava bem servido até o 8 (Maicon). Dali para frente estava complicado. E está pior ainda.
Do ano passado para este perdemos William, nosso principal atacante, e Firmino, de altos e baixos, mas um craque, que saiu várias vezes do banco para resolver os jogos. E agora, inexplicavelmente, Reinaldo, que não vinha em boa fase, mas é goleador e experiente. Também vai fazer falta.
E quem a Diretoria trouxe para o setor ofensivo? Aloísio, que tem correspondido parcialmente, mas está longe de ser um William; Elias, ótima contratação, mas tardia, pois chega fora de ritmo e tendo que entrar para resolver, já; Rhayner, que não sabe chutar, nem driblar, nem passar, só correr; Júlio Cézar, uma aposta, pelo retrospecto e circunstâncias, arriscadíssima.
Portanto, a situação está difícil e não sei se Jorginho, mais uma aposta arriscada da Diretoria, vai conseguir fazer com que o sistema ofensivo volte a funcionar e o time reencontre o equilíbrio perdido, com um elenco limitado.
Só sei que essa situação não poderá persistir por muito tempo sem que intervenções cirúrgicas sejam feitas.