É preciso ficar claro: a FPSA está sendo escorraçada do Scarpelli

Não há mais nenhuma dúvida de que foi a Figueirense Participações que deu o motivo para o rompimento do contrato de gestão do futebol do Figueirense Futebol Clube, quando ofereceu a denúncia do contrato. Ou seja, a FPSA criou a situação jurídica que possibilita a rescisão contratual, a partir da qual não será necessário o pagamento da multa estipulada para desfazimento do contrato.

Não há mais nenhuma dúvida também de que a FPSA estava blefando quando disse que sairia caso não fossem aprovadas as mudanças contratuais propostas, o que ficou ainda mais claro com a carta de retratação à denúncia do contrato, e que portanto está saindo contra a sua vontade.

E entendo que seria importante que o Conselho Deliberativo batesse no peito e assumisse isso claramente: "sim, a FPSA está saindo porque esse é o nosso desejo; porque a manutenção do contrato não mais nos interessa; porque o contrato não é vantajoso; porque os resultados não são positivos" e coisas do gênero.

Chega a ser hilária a situação, com a FPSA brigando para não sair (jus sperniandi), inclusive com ação judicial e o Conselho dizendo: "vocês estão saindo porque querem".

Ao alegar que a FPSA está saindo por livre e espontânea vontade, o CD passa a impressão que está se protegendo de eventuais fracassos futuros, quando, após negociações fracassadas com possíveis parceiros e o clube se encontrar no fundo do posso, poderá lavar as mãos e simplesmente dizer: "diante da saída voluntária e inesperada da FPSA, não conseguimos uma alternativa viável. Não podemos fazer nada". É precisso assumir as responsabilidades.

MUDANDO DE ASSUNTO

Florianópolis está se tornando, em termos de violência, muito parecida com o Rio de Janeiro e, infelizmente, não com as áreas nobres da cidade maravilhosa, mas sim com as favelas, com o subúrbio.

Em alguns bairros do interior da Ilha (Cachoeira do Bom Jesus, Vargem Grande, Vargem Pequena, Vargem do Bom Jesus, Rio Vermelho, etc.), lugares pacatos até há poucos anos, já é comum traficantes e outros marginais, normalmente na faixa dos 15 aos 25 anos, alguns com diversas passagens pela polícia, exibindo impunemente suas armas na cintura em plena luz do dia.

Policiamento nesses lugares simplesmente não existe. Aparecem apenas esporadicamente, quando há alguma ocorrência grave, certamente porque a prioridade do governo é proteger os ricos, os poderosos, as mansões do Jurerê Internacional ou da Praia Brava. Lá, sim, há segurança.

Diante desse quadro, a cada dia mais inocentes pagam com suas vidas pela incompetência desse Governo, como a Geovana, que eu conhecia, uma trabalhadora, mãe de família, a cobradora da Empresa Canasvieiras que foi assassinada no TICAN no último sábado enquanto trabalhava, após o tiroteio entre dois traficantes.

Penso que tudo isso é resultado de uma série de fatores, mas o principal deles é com certeza a incompetência, a inoperância, desse governo do Estado, que na verdade não governa: vai levando com a barriga. Tudo isso acontecendo, e não só aqui em Florianópolis, e nenhuma medida é tomada. A única coisa que esse governo administra bem é a ocupação de cargos em comissão, boa parte totalmente desnecessários. Dizem que os apadrinhados não têm do que reclamar. Tem cargo para todos.

E antes que insinuem que é um discurso político-partidário, que estou com saudades do Amin ou coisas do gênero, informo que anulei o meu voto para o segundo turno na última eleição para o governo do Estado.